Conheça o Professor Moral
Minha história com a capoeira começou de forma simples, mas com um impacto profundo: ao observar rodas, me senti imediatamente atraído pelos movimentos e pela energia dessa arte tão rica. Decidi aprender por conta própria e dei meus primeiros passos no grupo Escravo Branco. Contudo, foi no grupo Santa Maria Capoeira, sob a orientação do Mestre Raimundo, que encontrei meu verdadeiro caminho. Foi lá que conquistei minhas primeiras graduações e me formei professor em 29 de novembro de 2009.
Em 2010, participei do primeiro Fest Capoeira Ananin, um evento que consolidou minha paixão e meu compromisso com a capoeira. Desde então, venho dedicando minha vida a levar essa arte a diferentes comunidades e escolas. Ministrei aulas no Projeto Mais Educação, atendendo à Escola Gonçalves Dias por dois anos, e também nas Escolas Raimundo Vera Cruz (2 anos), Maria Emília (3 anos) e no Colégio Espírito Santo (2 anos). Além disso, levei a capoeira para dentro das comunidades, ensinando na Barraca da Igreja Matriz de Ananindeua e no Clube Assuepa, também em Ananindeua, durante um ano em cada local.
Minha trajetória nunca foi fácil. A violência nas comunidades, a falta de apoio das autoridades e a descrença de parte da população sobre o valor da nossa cultura tornam a jornada ainda mais desafiadora. As dificuldades do contexto amazônico, somadas ao desinteresse por parte de muitos, tornam o trabalho do professor de capoeira uma luta constante. No entanto, sigo acreditando que a capoeira tem o poder de transformar vidas, de despertar consciências e de criar um futuro melhor, mesmo em meio aos maiores desafios.
Em 2024, um grande marco aconteceu na minha trajetória: fui integrado ao Grupo Muzenza Capoeira, uma instituição com renome internacional, representada em mais de 47 países ao redor do mundo. Essa conquista reafirma meu compromisso com a capoeira e com a tradição que ela carrega. Fazer parte de um grupo tão respeitado globalmente não é apenas uma honra, mas também uma responsabilidade imensa de levar a nossa cultura a cada vez mais pessoas, espalhando os valores da capoeira e mostrando a sua importância como ferramenta de transformação social.
Apesar de todas as dificuldades, continuo firme na minha missão de transformar vidas por meio da capoeira. Acredito que, com perseverança e dedicação, podemos construir um futuro mais justo e valorizado, onde nossa cultura será respeitada e reconhecida não apenas dentro das comunidades, mas também globalmente. O caminho é árduo, mas sigo com a esperança de que, um dia, a capoeira será vista como um símbolo de força, resistência e mudança positiva, capaz de transformar a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo.